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por GABRIEL GOLDMANN
O que é ser Bom de Cama? Dicas para melhorar a sua experiência
Aposto que você já alguém que se autopromove como um furacão entre quatro paredes. Ela descreve as próprias habilidades como se carregasse um selo de aprovação universal: “sou foda, faço todo mundo gozar comigo”. Mas, convenhamos,
cão que ladra não mordepeito estufado não garante orgasmo de ninguém. Antes de distribuir medalhas eróticas, vale lembrar que dois pilares comandam o prazer: corpo e mente – e cada um vive esses pilares de um jeito muito particular.Imagine assim: o mesmo toque que faz Fulano revirar os olhos pode ser totalmente sem graça para Beltrano. A química não se mede em fórmulas prontas. Ainda assim, algumas pistas podem te ajudar a se tornar um(a) parceiro(a) incrível sem recorrer aos malabarismos de um filme pornô.
Explore o mapa das zonas erógenas – com curiosidadePescoço, nuca, orelhas, parte interna das coxas, lábios, barriga, costas, períneo... a lista é longa e não se limita ao óbvio. No corpo masculino, glande, frênulo, saco e mamilos costumam responder bem a carícias de língua ou dedos. No feminino, clitóris, lábios, ponto G, seios e a lateral dos quadris ganham pontos extras quando estimulados com pressão, ritmo e temperatura diferentes.
Dica prática: comece leve, observe reações, ajuste intensidade. Perguntar “Ta gostando?” não quebra o clima (se você não estiver muito preocupado e perguntando o tempo todo) – ao contrário, excita ainda mais porque mostra cuidado.
Sexo é habilidade – e habilidades podem ser treinadasNinguém nasce especialista. Você aprende a dirigir, a dançar, a cozinhar; e transar segue a mesma lógica de prática, repetição e feedback. Teste posições, ritmos, alturas de travesseiro, brinquedos… registre (mentalmente) o que funcionou. Aos poucos, seu repertório deixa de ser “checklist” quadrado e vira improviso natural.
Fantasias, fetiches e o poder do imaginárioA mente é o órgão sexual mais influente. Fantasiar não significa insatisfação; é tempero que dá o sabor e adiciona uma camada extra de picância. Permita-se conversar sobre cenários, papéis, objetos ou palavras que excitam vocês dois. Definam limites, combinem safeword se necessário, mantenham respeito. Tapas na bunda, puxões de cabelo e falar aquela sacanagem no ouvido podem ser muito excitantes, ou ser a ruína de tudo! Nem todo mundo gosta. Quando a imaginação encontra consentimento, o quarto vira palco de descobertas deliciosas.
Sobre “preliminares”: por que esse nome é limitante?Chamar sexo oral e masturbação de “aquecimento” supõe que o ápice será sempre a penetração. Nem sempre! Há casais que atingem clímax múltiplos só com boca e mãos, ou simplesmente preferem outras formas de intimidade. Então, em vez de “preliminar”, pense em partes diferentes da mesma orquestra. Elas podem ser começo, meio ou fim – e quem manda é a vontade do momento.
Pré e pós-sexo: prazer começa na mensagem e termina no cuidadoUm áudio falando bobeira, uma foto sexy (com toda o cuidado à privacidade!) ou aquele meme safado durante o dia estimulam o imaginário antes do toque. Esse “spoiler” erótico faz o sangue circular mais rápido quando vocês finalmente se encontram.
Depois do orgasmo, o jogo não zera: abraço, elogio sincero, pergunta “o que você mais curtiu?” reforçam confiança e ajudam a ajustar doses para a próxima rodada. Esse aftercare vale ouro para quem experimenta prática BDSM, mas funciona em qualquer relação.
Brinquedos e cosméticos: aliados, não substitutosUm bullet vibratório no clitóris durante a penetração, um anel peniano que prolonga a ereção, um gel hot & cold que alterna sensações: acessórios bem-escolhidos derrubam a monotonia. Priorize produtos de silicone médico, use lubrificante à base de água para proteger o material e higienize tudo antes e depois. O segredo é tratar o sextoy como extensão da criatividade do casal, não como último recurso de quem “falta algo”.
Saúde física: cama boa pede fôlego, flexibilidade e disposiçãoCardio em dia melhora circulação, potência erétil e resistência. Exercícios de força deixam você mais resistente para fazer aquelas posições ousadas. Alongamento previne câimbras no meio do ato (ninguém merece!). Soma aí uma dieta mais equilibrada e sono de qualidade: hormônios regulados = libido em alta.
Autoestima, confiança e – sobretudo – escuta ativaSegurança atrai. Não é arrogância de “eu sou o tal”; é postura de quem conhece o próprio corpo, sabe ouvir e acolher o prazer do outro. Quando você demonstra curiosidade genuína, pede feedback e ajusta sem levar para o pessoal, cria um ambiente em que ambos se sentem livres para gozar – literal e metaforicamente.
Para levar na bagagemSer “bom de cama” não acontece por decreto nem por ranking de ex-parceiros. É a soma de atenção, comunicação e vontade de explorar – repetida ao longo do tempo. Se cada encontro for encarado como capítulo aberto à edição, a experiência deixa de ser uma performance ansiosa e vira uma troca deliciosa.
Então, respire fundo, solte o ego, abra a conversa… e mergulhe no prazer de descobrir (e ser descoberto) por quem divide os lençóis com você.
25/06/2025